I
- YHWH É O MEU NOME
No capítulo 3 de Êxodo, Moisés
vê uma sarça ardente que não era consumida pelo fogo. Então, sob ao monte e tem
uma experiência sobrenatural com o ETERNO, estabelecendo-se um diálogo entre
ambos. Neste encontro, Deus revela Seu Nome a Moisés:
“Moisés disse a Deus: ‘Quem
sou eu para dirigir-me ao faraó e levar o povo de Israel para fora do Egito?’
Ele respondeu: ‘Tenha certeza de que estarei com você. O sinal de que eu o
enviei será este: quando você tiver levado o povo para fora do Egito, vocês
adorarão a Deus nesta montanha’.
Moisés disse a Deus: ‘Quando
eu aparecer diante do povo de Israel e lhes disser: O Deus de seus ancestrais
enviou-me a vocês’; e eles me perguntarem: ‘Qual é o nome dele?’, o que eu lhes
direi?’. Deus disse a Moisés: ‘Ehyeh Asher Ehyeh [Eu Sou/Serei o que Sou/Eu
Serei]’ enviou-me a vocês’. Além disso, Deus disse a Moisés: ‘Diga isto ao povo
de Israel: יהוה [YHWH], o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque, e o Deus de Jacó, enviou-me a vocês’. Este é o meu nome para sempre;
desejo ser lembrado dessa forma, geração após geração.” (Êxodo 3:11-15).
Ora, antes de o ETERNO revelar
seu nome a Moisés, este o conhecia como “Elohim”, vocábulo que significa
literalmente “poderes” e que é um título usado pelo ETERNO, e não um nome
próprio. Moisés quis saber o nome próprio pelo qual o ETERNO se chama e este o
respondeu: יהוה. Trata-se do tetragrama (quatro letras) que revela o nome de
Elohim, composto das letras hebraicas yud, hê, waw, hê, todas consoantes, visto
que não existem vogais no alfabeto hebraico. Tais letras em Português[1] são
assim transliteradas: YHWH. Doravante, sempre que se referir ao tetragrama,
serão usadas as letras YHWH.
Após o ETERNO declarar que se
chama YHWH, disse:
“Este é o meu nome para
sempre; desejo ser lembrado dessa forma, geração após geração.” (Êxodo 3:15).
Proveitoso relatar que na
cultura ocidental o nome apenas designa uma pessoa (ex: Carlos, Priscila etc).
Porém, na cultura semita, o nome (“shem”/שם) não só individualiza um ser, como
também - e principalmente - se refere ao caráter da pessoa, às qualidades
específicas que ela possui. No hebraico, cada nome possui um significado (ex: Isaías
quer dizer “o ETERNO salva”).
Então, o ETERNO revelou seu
nome sagrado, YHWH (יהוה), pois este tanto individualiza o Criador dos céus e
da terra como também espelha o caráter de Deus. Que fica guardada esta
importante informação: o nome expressa caráter.
Especialista em
paleo-hebraico, Jeff Benner explica que o tetragrama advém do verbo הוה, que
denota “existir”. Na terceira pessoa do singular, flexiona-se o verbo como יהוה,
formando-se o tetragrama que expressa simultaneamente as seguintes ideias: “Ele
existe”, “Ele existirá”, “Ele é”.
No pensamento grego, as
divindades são concebidas no plano abstrato. Na cultura hebraica, exige-se uma
experiência concreta com o Ser Supremo (ver, ouvir, sentir). Por isso, Moisés
perguntou o nome do ETERNO, visando autenticar a experiência sobrenatural que
teve. Em resposta, Deus revela o tetragrama, querendo exprimir a seguinte
mensagem: “Diga ao povo de Israel: Ele (o Deus de seus pais) existe, Ele
existirá, Ele é...”.
Ao declarar seu nome próprio
no episódio narrado, o ETERNO determinou que deveria ser lembrado para sempre
como YHWH (Êxodo 3:15). Apesar de tal ordem expressa, hoje em dia as pessoas
chamam o ETERNO de vários nomes, inclusive usam nomes de origem pagã, porém,
não se valem do nome prescrito nas Escrituras.
O nome de YHWH é tão sagrado e
importante que aparece aproximadamente sete mil vezes no Tanach (Primeiras
Escrituras).
Escreveu o Salmista que os
homens deveriam se envergonhar e buscar o nome de YHWH, isto é, o caráter de Deus:
“Encham-se de vergonha as suas
faces, para que busquem o teu nome, YHWH.
Confundam-se e assombrem-se
perpetuamente; envergonhem-se, e pereçam, para que saibam que tu, a quem só
pertence o nome de YHWH, és o Altíssimo sobre toda a terra.” (Salmos 83:16-18).
Ainda de acordo com o
Saltério, o nome de YHWH permaneceria para sempre e deveria ser divulgado de
geração em geração:
“O seu nome permanecerá
eternamente; o seu nome se irá propagando de pais a filhos enquanto o sol
durar, e os homens serão abençoados nele; todas as nações lhe chamarão
bem-aventurado.” (Salmos 72:17).
Escreveu o profeta Malaquias
que aqueles que temem e se lembram do nome de YHWH serão ouvidos:
“Então aqueles que temeram a
YHWH falaram frequentemente um ao outro; e YHWH atentou e ouviu; e um memorial
foi escrito diante dele, para os que temeram YHWH, e para os que se lembraram
do seu nome.” (Malaquias 3:16).
O nome de YHWH deve ser amado:
“E aos filhos dos estrangeiros,
que se unirem a YHWH para o servirem, e para amarem o nome de YHWH, e para
serem seus servos, todos os que guardarem o shabat [sábado], não o profanando,
e os que abraçarem a minha aliança.” (Isaías 56:6).
Devemos lembrar o nome de YHWH
para todas as gerações e povos:
“Farei lembrado o teu nome de
geração em geração; por isso os povos te louvarão eternamente.” (Salmos 45:17).
O Rei David louvava o nome de
YHWH: “Salmo de David para o músico-mor, sobre a morte de Labben:
Eu te louvarei, YHWH, com todo o meu coração;
contarei todas as tuas maravilhas.” (Salmos 9:1-2).
Deve-se dar glória ao nome de
YHWH e adorá-lo:
“Dai a YHWH a glória devida ao
seu nome, adorai a YHWH na beleza da santidade.” (Salmos 29:2).
A salvação é clamada pelo nome
de YHWH. Por isto, quem invocar o nome de YHWH será salvo:
“Salva-nos, YHWH nosso Deus, e
congrega-nos dentre os gentios, para que louvemos o teu nome santo, e nos
gloriemos no teu louvor.” (Salmos 106:47).
“E há de ser que todo aquele
que invocar o nome de YHWH será salvo.” (Joel 2:32).
David escreveu um salmo em que
afirma que a salvação vem pelo nome (caráter) de YHWH: “Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faze-me
justiça pelo teu poder.” (Salmos 54:1).
David declarou que o nome de
YHWH seria engrandecido para sempre:
“E engrandeça-se o teu nome
para sempre, para que se diga: YHWH dos Exércitos é Deus sobre Israel; e a casa
de teu servo será confirmada diante de ti.” (2ª Samuel 7:26).
Com fundamento nos textos
bíblicos citados, infere-se com toda firmeza que o uso do nome de YHWH era
frequente entre os israelitas, que o empregavam como um nome próprio, tal como
o nome de pessoas, sem haver nenhuma conotação mística ou sem que o concebessem
como sagrado demais a ponto de não ser pronunciado. Em verdade, usava-se
normalmente o nome de YHWH em situações cotidianas, desde que, obviamente, se
assegurasse a reverência ao ETERNO.
No livro de Rute, Boaz
cumprimenta os ceifeiros valendo-se do nome do ETERNO, e também é cumprimentado
da mesma forma, ou seja, em uma situação informal:
“Aconteceu de ela Rute estar
na parte do campo pertencente a Boaz, do clã de Elimelech, quando Boaz chegou
de Belém. Ele disse aos ceifeiros: ‘YHWH seja com vocês’; e eles responderam:
‘YHWH o abençoe’.” (Rut/Rute 2:3-4).
Atualmente, o Judaísmo
rabínico ensina incorretamente que o nome de YHWH não pode ser pronunciado em
nenhuma hipótese, pois isto seria um tremendo desrespeito ao ETERNO. Ledo
engano! À luz da Escritura citada, Boaz e os ceifeiros empregavam o nome de
YHWH com respeito, porém, em situações informais do cotidiano.
É da sabença de todos que o
profeta Jonas) recebeu uma ordem do ETERNO para pregar a mensagem do
arrependimento ao povo ímpio de Nínive, porém, fugiu de sua missão e tomou um
barco para Társis. Houve uma terrível tempestade que ameaçava naufragar o navio
e, então, os tripulantes lançaram sortes para saber quem seria o culpado, pois
achavam que aquilo seria um castigo dos deuses. A sorte recaiu sobre Jonas e
este falou abertamente aos gentios pagãos:
“Sou hebreu e temo a YHWH, o Deus
do céu, que criou o mar e a terra seca.” (Jonas 1:9).
Vejam: Jonas revelou o nome de
YHWH para pagãos!!! Ou seja, não entendia Jonas que o nome de YHWH deveria ser
ocultado, pelo contrário, achou que seria bom revelar o nome do Criador dos
céus e da terra. A partir daí acontece algo muito interessante, Jonas pede para
que aqueles homens o lancem no mar e, logo em seguida, os gentios pagãos
começam a clamar o nome de YHWH:
“Por fim, eles clamaram a
YHWH: ‘Por favor YHWH, por favor! Não nos permita perecer por causar a morte
deste homem e não nos culpes pelo derramamento de sangue inocente, pois tu,
YHWH, fizeste o que achaste justo’.” (Jonas 1:14).
Parece que os gentios
terminaram se convertendo ao ETERNO, pois jogaram Jonas no mar e a fúria da
tempestade cessou, ocasião em que:
“Tomados por um grande temor
de YHWH, eles ofereceram um sacrifício a YHWH e fizeram votos.” (Jonas 1:16).
O relato citado nos ensina uma
grande lição: se até os pagãos puderam clamar o nome de YHWH, por que nós,
servos de Jesus Cristo, não podemos invocar o nome próprio do Pai Celestial?
Se não bastassem os textos
bíblicos já citados em que o próprio YHWH ordenou que seu nome fosse ensinado,
lembrado e invocado de geração a geração, vale registrar outros:]
“Proclamem comigo a grandeza
de YHWH; exaltemos juntos seu nome.” (Salmos 34:3-4).
“Darei graças a YHWH por sua
justiça; ao nome de YHWH Altíssimo cantarei louvores.” (Salmos 7:17-18).
“YHWH, nosso YHWH, como é
majestoso o teu nome em toda a terra! Tu, cuja glória é cantada nos céus.”
(Salmos 8:1-2)
“Os que conhecem o teu nome
confiam em ti, pois tu, YHWH, jamais abandonas os que te buscam.” (Salmos 9:9-10).
Será exposto, a seguir, como
surgiu a falsa ideia de que o nome de YHWH não pode ser pronunciado.
II
- ORIGEM DO MITO
Quando os judeus foram levados
ao cativeiro babilônico (586 A.C), eram constantemente insultados pelos pagãos,
e estes blasfemavam o nome de YHWH. Para salvaguardar o nome do ETERNO perante
os gentios, os mestres começaram a ensinar que os judeus não poderiam
pronunciá-lo, pois seria indizível e sagrado. Desta forma, os pagãos não
conheceriam o nome do ETERNO e, consequentemente, não iriam insultá-lo.
Com o passar do tempo, já que
o nome de YHWH não era transmitido de pai para filho, começou-se a se perder
sua pronúncia.
Na época em que foi escrita a
Septuaginta (285 a 246 A.C, aproximadamente), que é a tradução das Escrituras
Hebraicas para o grego, divulgando-se a palavra do ETERNO aos judeus na
Diáspora e aos gentios, os setenta e dois sábios que a traduziram escreveram
todo o texto na língua grega, porém, fizeram questão de manter o nome de YHWH
escrito em hebraico. Para muitos pesquisadores, isto indica que os sábios
tradutores tinham zelo pelo nome do ETERNO.
Infelizmente, os copistas
posteriores à Septuaginta não preservaram o nome de YHWH em hebraico,
substituindo-o pela palavra grega “kurios” (“Senhor”). Esta é a razão pela qual
as Bíblias em inglês usam o nome “LORD” (Senhor) e as em Português o nome
“SENHOR”. Então, o nome de YHWH passou a ser substituído por eufemismos, e esta
prática se alastrou antes mesmo do primeiro século.
De acordo com o Talmud, depois
da morte do Sumo Sacerdote Sh’meon HaTsadik (310-291 ou 300-270 A.C.), o
Sacerdote parou de usar o nome de YHWH ao pronunciar as bençãos. Assim, o nome
sagrado somente poderia ser citado dentro do Templo, conforme atesta a Mishná:
“... no Santuário é dito o
Nome tal como está escrito, porém, nas províncias, usa-se um eufemismo...”
(Sotá 7:6 e 38b).
No primeiro século, Flávio
Josefo menciona que não era lícito dizer o nome de YHWH, e esta proibição
parece ter sido quase que universal em sua época:
“Moisés, não podendo, depois
do que acabava de ver e ouvir, duvidar mais do efeito das promessas divinas,
rogou a Deus que, no Egito, lhe desse o mesmo poder de fazer aqueles milagres
com que o favorecia naquele momento e acrescentasse à graça de ter-se dignado
fazê-lo ouvir a sua voz a de lhe dizer o seu nome, a fim de que ele pudesse
melhor invocá-lo quando lhe oferecesse um sacrifício. Deus concedeu-lhe esse
favor, que jamais fizera a qualquer outro neste mundo, mas não me é permitido
repetir esse nome.” (História dos Hebreus, CPAD, 2004, páginas 95 e 96).
Após a destruição do Templo em
70 D.C, o judaísmo farisaico baniu o nome de YHWH, prescrevendo uma halachá no
sentido de que o nome sagrado deveria “estar escondido” (m.Pesachim 50a) e “ser
mantido em segredo” (m.Kidushin 71a).
A nova prática instituída
pelos fariseus contraria as Escrituras, porquanto o nome de YHWH sempre foi
pronunciado por todos, tal como explicado nos textos bíblicos já citados. Vejam
a incongruência: YHWH ordenou que seu nome fosse lembrado e divulgado, e o
farisaísmo decretou que o nome fosse ocultado.
Substituir YHWH por SENHOR, ou
por qualquer outro eufemismo, não é correto e viola as próprias palavras da
Torá, já que o ETERNO revelou o nome YHWH a Moisés e ordenou:
“Este é o meu nome para
sempre; desejo ser lembrado dessa forma, geração após geração.” (Êxodo 3:15).
Com a substituição de YHWH por
SENHOR, ADONAI[2], HASHEM[3] etc, o nome de YHWH não está sendo lembrado!!!
III
- O TERCEIRO MANDAMENTO
Explicar-se-á, aqui e agora,
qual a conexão do nome de YHWH com o terceiro mandamento. Ao entregar as duas
tábuas com as asseret hadibrot (Dez Palavras ou “Dez Mandamentos”) a Moisés,
foi assim enunciado o terceiro mandamento:
“Não tomarás o nome de YHWH
teu Deus em vão; porque YHWH não terá por inocente o que tomar o seu nome em
vão.” (Êxodo 20:7).
Esta tradução está correta,
porém, o texto também pode ser traduzido de outra maneira, visto que as
palavras em hebraico possuem plurivalência semântica. Eis a assertiva em
hebraico:
לֹא תִשָּׂא אֶת־שֵׁם־יְהוָה אֱלֹהֶיךָ
לַשָּׁוְא כִּי לֹא יְנַקֶּה יְהוָה אֵת
אֲשֶׁר־יִשָּׂא אֶת־שְׁמֹו לַשָּׁוְא
Vejamos as palavras do texto.
O verbo נשא (nasa) significa “tomar”, mas também tem o sentido de “ser levado
embora” (Strong 5375). Por outro lado, a palavra שוא (shav) significa tanto
“vão”, quanto “falsidade”, “nulidade” ou “mentira” (Strong 7723). Então, eis a
tradução literal do terceiro mandamento:
“Não levará embora [para
longe] o nome de YHWH, o teu Deus, para a mentira [ou para a nulidade], porque
YHWH não inocentará o que levar embora o seu nome para a mentira [ou para a
nulidade].” (Êxodo 20:7).
Ora, pela tradução literal
citada, estabeleceu o ETERNO o terceiro mandamento no sentido de que seria
proibido levar o nome de YHWH para longe de modo a fazer com que se tornasse
uma mentira. Em outras palavras, proibiu-se que outro nome falso ingressasse no
lugar do nome de YHWH. Quando os mestres começaram a dizer no exílio babilônico
que o nome de YHWH era impronunciável, terminaram por violar o terceiro
mandamento.
É lamentável que hoje tanto o
Cristianismo quanto o Judaísmo transgridam o terceiro mandamento, visto que
ambas as religiões colocaram nomes falsos no lugar de YHWH, inclusive
substituindo-o, muitas vezes, por nomes de origem pagã!
Por tal razão, sempre optamos
por usar títulos semitas (ex: YHWH, Elohim, Deus, Adonai, SENHOR, Jeová, etc),
ou o aportuguesado “ETERNO”, que é usualmente empregado nos círculos judaicos.
Não obstante, não
compartilhamos com o radicalismo de alguns que chegam a proibir o vocábulo
“Deus”, afirmando que este seria, na verdade, “Zeus”, o chefe do panteão dos
deuses gregos. Quando, por exemplo, um discípulo de Yeshua ora a “Deus”, não
está invocando o ser da mitologia grega, mas sim o Deus de Israel. Na Língua
Portuguesa hodierna, “Deus” não é, necessariamente, sinônimo de “Zeus”,
inferindo-se daí que a palavra “Deus” pode ou não assumir significado pagão,
dependendo do contexto[4].
Quanto à palavra “SENHOR”,
esta não tem origem pagã, como alguns equivocadamente pensam. Contudo,
entende-se que as Bíblias atualmente vendidas não deveriam substituir o nome de
YHWH por SENHOR, haja vista que o ETERNO determinou que deveria ser lembrado
por meio de seu nome próprio: YHWH.
Da mesma maneira, o Judaísmo
está errado ao trocar o nome de YHWH por eufemismos como HASHEM[5] ou
ADONAI[6]. Consequentemente, colocar outros nomes no lugar de YHWH implica
transgressão ao terceiro mandamento, porquanto se termina por “levar embora” o
nome do ETERNO, substituindo-o por um nome falso. Insta repetir o terceiro
mandamento, conforme a retradução operada acima:
“Não levará embora [para longe]
o nome de YHWH, o teu Deus, para a mentira [ou para a nulidade], porque YHWH
não inocentará o que levar embora o seu nome para a mentira [ou para a
nulidade].” (Êxodo 20:7).
IV
- YESHUA E O NOME DE YHWH
Consoante já exposto, a partir
do exílio babilônio se começou a perder como se pronuncia o nome de YHWH.
Todavia, alguns sábios mantiveram o nome do ETERNO em seus lábios, inclusive os
mestres da Septuaginta. Estes, ao escreverem o texto em grego e preservarem o
nome de YHWH em hebraico, sabiam a correta pronúncia. Isto no século II A.C.
Quando Jesus veio à terra, o
nome de YHWH praticamente havia se perdido, apesar de alguns mestres o
conhecerem. Flávio Josefo, por exemplo, foi um fariseu contemporâneo de Jesus,
oriundo de família sacerdotal, tendo escrito a maior obra acerca da história do
povo de Israel.
Josefo conhecia o nome de
YHWH, mas não ousava dizê-lo abertamente, uma vez que em sua época pairava a
ideia acerca da impronunciabilidade do nome do ETERNO, conceito equivocado que
persiste até os dias de hoje no Judaísmo. Escreveu Flávio Josefo acerca do nome
de YHWH escrito na cobertura da cabeça do Kohen Gadol (Sumo Sacerdote):
“Nele estava escrito o Nome
Sagrado. Ele consistia de quatro vogais.” (Guerras 5:5:7).
Falou Josefo sobre quatro
vogais que estariam associadas às quatro consoantes do tetragrama (YHWH),
formando-se, então, a pronúncia do nome do ETERNO.
Fez-se menção ao testemunho de
Flávio Josefo para demonstrar que já na época de Jesus haviam pessoas que
conheciam o nome do ETERNO, mas não o declaravam em público, provavelmente com
medo da represália que viria dos religiosos ortodoxos, defensores da
impronunciabilidade do tetragrama.
O Talmud, escrito pela facção
judaica que se opôs a Jesus, reconhece que este conhecia o tetragrama YHWH. Em
uma paródia denominada Toledot Yeshu, em que se deprecia o Messias, conta-se
que Jesus realmente realizou milagres e prodígios, visto que conhecia o poder
do Nome do Altíssimo, tendo acesso ao tetragrama YHWH.
Prossegue o Talmud contando a
lenda de que Jesus, quando estava com seus 13 anos em Yerushalayim (Jerusalém),
entrou no Santo dos Santos do Templo e, ocultando-se, ouviu os anjos
pronunciando o nome do ETERNO. Por ser
esperto e suspeitando que os anjos poderiam apagar sua memória, Yeshua riscou o
nome do ETERNO em um pedaço de couro, cortou-o e também cortou sua pele,
colocando o nome de YHWH sob sua pele, usando em seguida o nome sagrado para
curar a ferida. Ao sair do Templo, os anjos apagaram sua memória, porém,
posteriormente Yeshua lembrou-se do pedaço de couro, cortou sua pele e teve
acesso ao nome do ETERNO. Alega esta fábula que Jesus realizava milagres por
conhecer o nome de YHWH.
Esta história, por mais que
seja mentirosa, tem dois aspectos importantes: 1) até mesmo aqueles que negam Jesus
reconhecem que ele realmente fez milagres; 2) confirma que Jesus conhecia o
tetragrama YHWH.
Jesus fez questão de revelar
não só o caráter do Criador, como também o verdadeiro nome do ETERNO,
restaurando o que estava praticamente perdido:
“E eu lhes fiz conhecer o teu
Nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja
neles, e eu neles esteja.” (João 17:26).
Por
que Jesus revelou o nome de YHWH a seus discípulos?
Para que fosse cumprido o
mandamento de que o nome de YHWH seria lembrado de geração a geração, ou seja,
para sempre (Êxodo 3:15). E mais: de acordo com a tradição judaica, o nome
sagrado voltaria a ser pronunciado depois da redenção promovida pelo Messias
(Talmud Bavli, m.Pessachim 50a).
Ainda que a completa redenção
do mundo não tenha se consumado, Jesus é o Messias, e tem toda a autoridade
para restaurar o nome sagrado, cuja pronúncia foi proibida mediante violação
das Escrituras.
Assim, se Jesus revelou o nome
de YHWH a seus discípulos, significa que o Messias quis expressamente que o
nome do ETERNO fosse conhecido, caindo-se mais uma vez por terra a teoria
moderna de que o Altíssimo não quer mais revelar o seu nome.
Aliás, no Livro de Salmos, o
Salmo 22, que é nitidamente messiânico, contém a profecia de que o Messias iria
divulgar o nome de YHWH a seus irmãos, para que o nome santo fosse louvado:
“Proclamarei teu nome a meus
irmãos; na assembleia, te louvarei. Tu, que temes a YHWH, louva-o!” (Salmo 22:22-25).
Ao escrever Atos dos Apóstolos,
Lucas cita expressamente a profecia de Joel em que o nome de YHWH é mencionado.
Ou seja, os apóstolos devem ter transmitido o nome do ETERNO para Lucas.
Comparemos os textos de Lucas e Joel:
“Então todo que invocar o nome
de YHWH será salvo.” (Atos 2:20).
“E há de ser que todo aquele
que invocar o nome do YHWH será salvo.” (Joel 2:32).
Ademais, Isaías profetizou
sobre a vinda do Messias nos capítulos 52 e 53, sendo que neste contexto o
profeta escreveu as palavras do próprio ETERNO:
“Portanto o meu povo saberá o meu Nome.”
(Isaías 52:6).
No versículo acima, o ETERNO
declara que o seu povo conheceria o seu Nome e esta profecia está no contexto
da vinda do Messias Jesus. Então, mais uma vez se conclui que Jesus tornou
conhecido o nome do ETERNO a IGREJA DE DEUS (João 17:26).
Logo, quem é verdadeiro
discípulo de Jesus tem o privilégio de conhecer e de exaltar o nome de YHWH:
“Em ti, pois, confiam os que
conhecem o teu Nome, porque tu, YHWH, não desamparas os que te buscam.” (Salmos
9:10).
“Uns confiam em carros,
outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o Nome de YHWH, nosso Deus.”
(Salmos 20:7).
“Eu, porém, renderei graças a
YHWH, segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao Nome de YHWH Altíssimo.”
(Salmos 7:17).
“Mas regozijem-se todos os que
confiam em ti; folguem de júbilo para sempre, porque tu os defendes; e em ti se
gloriem os que amam o teu Nome.” (Salmos 5:11).
“Engrandecei a YHWH comigo, e
todos, à uma, lhe exaltemos o Nome.” (Salmos 34:3).
Destarte, aqueles que seguem a
IGREJA DE DEUS devem fazer uso do nome de YHWH com reverência, louvando-o,
exaltando-o, amando-o e proclamando-o.
V-
COMO SE PRONUNCIA O NOME DE YHWH?
A maioria dos especialistas
afirma que o nome de YHWH é transliterado da seguinte maneira: Yahweh.
A este respeito, existem incontestáveis
provas arqueológicas, históricas e linguísticas que ratificam a transliteração
como Yahweh, o que será visto mais adiante. Agora, será focada a pronúncia do
nome de YHWH.
O vocábulo YAHWEH pode ser
divido em três elementos: 1) YA; 2) HW e 3) EH. Vamos analisar cada um:
1) YA – produz o seguinte som
em língua portuguesa: IÁ;
2) HW – o hê (H) possui o som
de R, enquanto o waw (W), no radical paleo-hebraico da palavra, dá o som de U.
Assim, temos o som de HU, que no português é RU (tal como o “ru” da palavra
“rua” ou “ruivo”);
3) EH – possui o som de É
(dependendo do sotaque, o som pode ser de Ê). Ora, unindo-se os três passos
acima, chegamos à seguinte pronúncia: IÁ-RU-É (ou IÁ-RU-Ê, dependendo do
sotaque), frisando-se que a sílaba “RU” produz o som que se encontra no
vocábulo “rua”. Então, o nome de YHWH tem o seguinte som em língua portuguesa:
IARUÉ (ou IARUÊ). Esta é a conclusão dos maiores especialistas, todos fundados
em elementos linguísticos, históricos e arqueológicos.
Existe outra pronúncia
possível em razão da diversidade de sotaques existentes entre os antigos
hebreus. Observando o passo 2 acima, foi
dito que o som produzido é de RU. Não obstante, a letra hê (H) pode não ser
pronunciada, tal como ocorre nos dias atuais, em que muitos judeus não emitem
seu som. Então, o RU se transforma em U. Daí, a fonética ficaria assim: IÁ-U-É
(ou IÁ-U-Ê, com sotaque diferente).
Alguém pode ficar surpreso com
a diversidade de sons, porém, isto é muito comum. Pense que muitas palavras do
inglês britânico recebem pronúncia diferente no inglês norte-americano. No
Brasil, o sotaque do nordestino é diferente do paulista, e este, por sua vez, é
diferente do sotaque carioca. Ou seja, a diversidade fonética é um fenômeno
comum das línguas.
Em conclusão, destacamos as
possíveis maneiras de se falar o nome de YHWH, consoante as lições dos mais
renomados especialistas:
1) IÁRUÉ[7] (a letra “e”
também admite uma pronúncia fechada, ficando assim: IÁRUÊ)[8];
2) IÁUÉ (a letra “e” também
admite uma pronúncia fechada, ficando assim: IÁUÊ).
Destarte, com fulcro em todos
os textos bíblicos expendidos, a Igreja de Deus costumam orar e cantar ao
ETERNO se valendo da fonética apresentada acerca do nome de YHWH.
No próximo tópico,
apresentaremos provas contundentes acerca da pronúncia acima exposta do nome de
YHWH, pautadas nas Escrituras e em dados arqueológicos, linguísticos e
históricos.
VI-
A PRONÚNCIA DO NOME DE YHWH: EVIDÊNCIAS BÍBLICAS, ARQUEOLÓGICAS, LINGUÍSTICAS E
HISTÓRICAS
O tetragrama YHWH é composto
das seguintes letras hebraicas: יהוה. Vejamos a pronúncia das duas primeiras
letras (YH): יה.
As duas letras iniciais
aparecem em vários salmos e há um consenso entre todos os estudiosos que sua
pronúncia é YAH (em Português: IÁ). Verbi gratia, a Concordância Strong em
Língua Inglesa afirma que “Yah é o nome do Deus de Israel” (Strong 3050),
pronunciando-se como יָה (em inglês: Yah; em português: Iá).
Eis alguns exemplos extraídos
diretamente dos textos em Hebraico em que consta o nome YAH (som em português:
Iá):
“Cantem a Deus, cantem
louvores a seu nome; exaltem aquele que cavalga sobre as nuvens por seu nome, יָה
[YAH]; e alegrem-se em sua presença.” (Salmos 68:4-5).
“Recordarei os feitos de יָה
[YAH]; sim, recordarei teus antigos milagres.” (Salmos 77:11-12).“Quem é
poderoso como tu, יָה [YAH]?” (Salmos 89:8-9).
“Feliz é o homem a quem tu
corriges, יָה [YAH], a quem ensinas a tua Torá.” (Salmos 94:12).
Aliás, o nome em português
“Aleluia” advém da expressão hebraica “Haleluyah”, que significa “Louvem a
Yah”, e que é mencionada em diversos Salmos (Ex: Salmos 104:35; Sl 105:45; Sl
106:1; Sl 106:48; Sl 11:1; Sl 112:1 etc).
Além das Escrituras Sagradas,
há prova arqueológica de que o bigrama YH seja pronunciado como Yah (“Iá”). Em hieróglifos
egípcios escritos com sinais vocálicos, o An Egyptian Hieroglyphic Dictionary,
de autoria de E. A. Wallis Budge, assevera que o nome do ETERNO resumido é
pronunciado como “YA” ou “IA”. Logo,
tem-se absoluta certeza de que o nome do Altíssimo começa com YAH (som de
“Iá”).
Porém, compreendemos que Jeová
é uma forte referência ao Deus Único de Israel e que não existe nenhum problema
em usar tal referência, semelhantemente as referências Adonai, SENHOR, Hashem,
Javé, Eterno, etc.
Após o estudo das duas
iniciais letras do nome do ETERNO, acrescentaremos a terceira letra, W (ו),
formando-se o trigrama YHW (יהו). Sabemos que as duas primeiras letras dão o
som de YAH (“Iá”, em português).
Ao acrescentarmos a terceira
letra, qual a sonoridade obtida?
Existem vários nomes
teofóricos na Bíblia em que consta o trigrama, o que nos dá a evidência de sua
pronúncia.
Nome teofórico é o nome de uma
pessoa formado pelo nome do ETERNO. Exemplos: 1) Yeshayahu (Isaías), é composto
pelo prefixo “yesha” (salvação) e “Yahu” (nome do trigrama do ETERNO), daí,
Yeshayahu (Isaías) significa que YAHU (o ETERNO) é a salvação; b) Yirmeyahu
(Jeremias) provém do prefixo “Yirme” (ser exaltado) e “Yahu” (o nome do
trigrama do ETERNO), denotando Yirmeyahu (Jeremias) que YAHU (o ETERNO) é
exaltado.
Estes dois exemplos apontam
que a pronúncia do trigrama (YHW) é YAHU[10]. Já que o “h” (letra hebraica hê)
tem o som de “r”, YAHU se pronuncia em língua portuguesa como “Iáru”[11].
Há aproximadamente 60
personagens bíblicos que são designados pelo nome YAHU. Eis apenas alguns
exemplos: Eliyahu (Elias); Abiyahu (Abias); Tobiyahu (Tobias); Uriyahu (Urias);
Adoniyahu (Adonias); Malkiyahu (Malquias); Matityahu (Matitias/Mateus);
Ataliyahu (Atalia); Ygdaliyahu (Jigdalias); Remalyahu (Remalias) etc. Todos
estes nomes constam das Sagradas Escrituras e não existe dúvida entre os
linguistas de que, nestes casos, o ETERNO é chamado de YAHU.
Destarte, à luz das
Escrituras, percebe-se que o trigrama é pronunciado como YAHU (Iáru[12], em
português). Não obstante, para ocultar o nome do ETERNO, consoante os motivos
já expostos, os massoretas[13] passaram a transcrever as Escrituras hebraicas
mediante o seguinte critério:
a) em toda a palavra iniciada
pelo trigrama, foi substituído o nome correto YAHU pelo falso nome YEHO. Daí, o
nome de Yahushua (“Josué”) foi transformado em Yehoshua;
b) quando o trigrama aparecia
no final da palavra, foi mantida a forma correta (YAHU), tal como em Yeshayahu
(Isaías), Yirmeyahu (Jeremias) etc.
Em síntese, os massoretas
preservaram a correta pronúncia do nome YAHU quando este servia de sufixo,
porém, quando tal nome vinha como prefixo, YAHU foi adulterado e substituído
por YEHO.
E por que esta alteração?
Porque os massoretas queriam
manter o nome do ETERNO impronunciável, e o prefixo do trigrama, se recebesse
os sinais vocálicos corretos, revelaria o correto modo de dizer. Para atingir
tal escopo, criaram um nome falso com o intuito de tornar secreto o nome
verdadeiro. Assim, pegaram as vogais do nome “ELOAH” (“Deus”) e a
transplantaram para o tetragrama YHWH, gerando o incorreto nome YEHOVÁ.
Acompanhe o processo:
a) ELOAH possui três vogais:
E, O, A.
b) foram aplicadas as três
vogais (E, O ,A) no tetragrama YHWH;
c) somando-se as consoantes YHWH
com as vogais citadas (E, O, A), foi criada a palavra YEHOVA (YEHOVÁ é assim
pronunciado em português: Ierová[14]);
d) daí, começou-se a divulgar
e mentira de que o nome do ETERNO é YEHOVÁ.
Ao se criar o falso vocábulo
YEHOVÁ, que consta até hoje dos textos em hebraico vocalizados, os massoretas
conseguiram ludibriar as pessoas, ocultando o verdadeiro nome, em razão do
falso mito de que o nome de YHWH não pode ser falado. Esta é a razão pela qual
o nome de “Josué” está grafado erroneamente como YEHOSHUA, já que o YE de
YEHOSHUA provém do YE de YEHOVÁ. Em verdade, o nome de Josué é YAHUSHUA.
Sobre as adulterações
promovidas pelos massoretas, vale consultar o magistério do rabino James Trimm:
“O Texto Massorético
transliterou todos os nomes que começam com o ‘trigrama’ (as três primeiras
letras do Sagrado nome) como ‘Yeho’, porém, todos os nomes que terminam com o
trigrama [foram transliterados] como ‘yahu’. Isto ocorreu porque os massoretas transplantaram as vogais do
nome hebraico de ELOAH (“Deus”) para dentro do nome YHWH, formando a palavra
YeHoWaH” (Hebraic Roots Version Scriptures, 2009, página 37).
Existe uma prova adicional de
que o trigrama seja YAHU e não YEHO. A Bíblia Peshitta foi escrita em aramaico,
língua que, além do hebraico, era de domínio de Yeshua e de seus discípulos.
Esta versão das Escrituras foi usada pelos falantes de aramaico, ou seja,
assírios, sírios e caldeus. No quarto século D.C, isto é, bem antes dos
massoretas, foram criados sinais vocálicos para os textos em aramaico, e os nomes
teofóricos não foram escritos como YEHO, o que comprova a incorreta
substituição de YAHU por YEHO.
Se não bastasse, descobertas
arqueológicas localizaram em Nippur antigos textos de Murashu, escritos em
aramaico cuneiforme, datados de 464 a 404 A.C. Em tais manuscritos as palavras
estão vocalizadas, e há inúmeros nomes teofóricos redigidos como YAHU, e em
nenhum caso se encontra o nome YEHO (Patterns in Jewish Personal Names in the
Babylonian Diasporia, M.D. Coogan; Journal for the Study of Judaism, Vol. IV,
No. 2, p. 183f ).
Pois bem. Vimos que o bigrama
(YH) se pronuncia como Yah (Iá) e o trigrama (YHW) como Yahu (Iáru[15]). Mas e
o tetragrama? Qual é o som da letra faltante? Existem provas de que a pronúncia
correta seja YAHUEH[16]?
Clemente de Alexandria (150 a
215 D.C) e um antigo papiro grego apontam que a quarta letra do nome sagrado é
“E”. Daí, YAHU + E = YAHUE (em português: Iarué ou Iaruê; em inglês: Yahueh).
Ao analisar inúmeros
manuscritos contendo o nome de YHWH, concluiu o rabino James Trimm que a
pronúncia correta é YAHUEH[17], em concordância com os maiores especialistas
sobre o tema:
“Está claro quando se examinam
as muitas fontes que a pronúncia de YHWH pode ser recuperada como YAHUEH, por
vezes abreviada como o YAHWEH[18], YAHU ou YAH. Isto é atestado pelos nomes
Yahwíticos [teofóricos] do texto Massorético, da Peshitta aramaica e dos textos
Murashu. A verdadeira pronúncia de YHWH também é preservada em antigas
transliterações do nome escrito em hieróglifos egípcios, cuneiforme e grego, os
quais foram escritos com vogais.” (Nazarenes and the Name of YHWH).
VII
- CONCLUSÃO
À luz das Escrituras,
extrai-se que o ETERNO revelou o seu nome a Moisés e ordenou que seu nome
próprio fosse lembrado por todas as gerações e para sempre, sendo líquido e
certo que os israelitas pronunciavam o nome de YHWH em situações do cotidiano,
inexistindo qualquer proibição bíblica de dizer com reverência o nome sagrado.
O receio de se falar o nome de
YHWH começou durante o cativeiro babilônico, e se tornou indizível e
impronunciável por meio da equivocada decisão do judaísmo farisaico. Com o
passar do tempo, o nome de YHWH caiu no esquecimento do povo. Contudo, o nome
santo nunca deveria ter sido esquecido, porquanto o Tanach (Escrituras
Hebraicas) determina que seja lembrado, louvado e invocado o nome de YHWH.
Jesus e a Igreja de Deus
conhecem a correta pronúncia do nome sagrado pois faz parte de previsões
proféticas para o povo do ETERNO:
“Portanto, eu os farei
conhecer,de uma vez por todas, eu os farei conhecer minha força e meu poder.
Então eles saberão que meu nome é YHWH [Iarué/Iaruê].” (Jeremias 16:21).
“Pois transformarei os povos,
para que eles recebam lábios puros para invocar o nome de YHWH [Iarué/Iaruê].”
(Sofonias 3:9).
“Por isso, meu povo conhecerá
meu nome.” (Isaías 52:6).
“Pois eu lhes digo que vocês
não me verão mais, até que digam: ‘Bendito o que vem em nome de YHWH
[Iarué/Iaruê]’.” (Mateus 23:39).
“E YHWH [Iarué/Iaruê] reinará
sobre toda a terra. Naquele dia, YHWH [Iarué/Iaruê] será o único, e seu nome
será o único nome.” (Zacarias 14:9).
[1] Nas traduções para a
Língua Portuguesa, os tradutores substituíram o tetragrama YHWH pelo nome
“SENHOR”, em letras maiúsculas.
[2] O Judaísmo chama YHWH de
ADONAI, que significa “Meu Senhor”.
[3] HaShem é um eufemismo para
o nome sagrado, denotando literalmente “o Nome”.
[4] Exemplo: quando um
feiticeiro invoca seu “Deus”, este nome possui significado pagão. Quando um
judeu temente ao ETERNO ora a “Deus”, tal prece não denota qualquer tipo de
idolatria.
[5] Em hebraico, significa “O
Nome”.
[6] Significa, na Língua
Hebraica, “Meu Senhor”.
[7] Lembre-se que o “ru” tem o
mesmo som da palavra “rua”.
[8] O “ru” tem o mesmo som da
palavra “rua”.
[9] Aliás, a letra “j” (jota)
também não existe em aramaico, siríaco antigo, grego e em latim. Tal letra foi
criada recentemente, nos últimos cinco séculos.
[10] O som de “u” da palavra
YAHU advém da letra waw (W), que pode receber tal som em hebraico. Obs: Na
língua portuguesa admite-se o som da consoante “v”, porém no latim essa
consoante constituía no som da vogal “u”.
[11] O “r” de “IÁRU” possui um
som duro, como em “rua”, “rude”, “ruivo”; e não um som suave como “barato”,
“camarada”.
[12] O “ru” tem o mesmo som da
palavra “rua”.
[13] Os massoretas foram
escribas responsáveis por transcrever e gerar cópias das escrituras sagradas
durante os séculos VI a XI d.C. Já que a língua hebraica não possui vogais,
apenas consoantes, os massoretas criaram vários sinais vocálicos para tentar
preservar a pronúncia correta das palavras.
[14] O “r” de “Ierová” é duro,
tal como em “carro”, e não flexível, como em “barato”, “caro”.
[15] O “ru” tem o mesmo som da
palavra “rua”.
[16] Como já lecionado, em
português as pronúncias possíveis do nome de YHWH, dependendo do sotaque, são:
Iarué/Iaruê ou Iaué/Iauê.
[17] Em português: Iarué ou
Iaruê.
[18] Aqui, a letra vav (W) tem
som de “u”. Logo, YAHWEH produz o som de Iaué/Iauê. Na língua portuguesa
podemos pronunciar – Yaweh – Iaveh.
PAZ
SEJA CONVOSCO!
Watsaap: 85 989196089
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